A CSIF recorre ao Tribunal Nacional contra a demissão forçada de 186 trabalhadores da Renfe, que foi aceita pelos outros sindicatos: "É uma fraude legal".

O sindicato CSIF (Associação Independente de Sindicatos e Servidores Públicos) recorreu ao Tribunal Nacional da decisão do Grupo Renfe de rescindir 186 contratos de trabalho por motivo de aposentadoria compulsória, resultante de um acordo firmado em junho passado com outros sindicatos, conforme apurou o EL MUNDO. O sindicato alega que "se trata de uma demissão coletiva disfarçada" em uma empresa pública subordinada ao Ministério dos Transportes e da Mobilidade Sustentável de Óscar Puente.
Dessa forma, a CSIF argumenta que "essas rescisões de contratos de trabalho carecem de justa causa e de proteção legal ou convencional, e foram adotadas em fraude à lei, com o único objetivo de se livrar dos trabalhadores mais antigos do Grupo Renfe".
Isso ocorre cinco meses depois de a Renfe ter assinado um acordo com os sindicatos SEMAF, CC.OO., UGT, SFF-CGT e SF-INTERSINDICAL, mas que a CSIF considera "ilegal", argumentando que o acordo de demissão forçada não cumpre os requisitos legais e convencionais, como a falta de publicação no BOE (Diário Oficial da União), a ausência de autorização do Ministério das Finanças e a não contratação simultânea de mulheres.
O advogado da CSIF, Pedro Poves, afirma que o acordo firmado é parcial e que a empresa o está utilizando para forçar os trabalhadores à aposentadoria precoce, com uma média de 65 anos. Ele acrescenta: "Há pessoas na Renfe que não querem se aposentar, mas a empresa está se aproveitando de uma brecha legal."
Assim, o sindicato demandante salienta que "a medida de reforma compulsória é discriminatória com base na idade e viola o direito fundamental à igualdade consagrado no artigo 14.º da Constituição espanhola".
Os trabalhadores afetados "pensavam que iriam continuar porque não tinham aposentadoria obrigatória e porque estão felizes trabalhando ou porque querem contribuir um pouco mais para a aposentadoria tardia, visando uma aposentadoria melhor", diante de uma decisão "supostamente contrária às reformas do governo para estender a idade de trabalho ", cuja empresa - o Grupo Renfe - depende do Ministério dos Transportes.
A CSIF solicita, por meio de petição ao Tribunal Nacional, que "a demissão coletiva seja declarada nula e sem efeito, ou, alternativamente, que seja considerada injusta, e que o Grupo Renfe (Renfe Operadora, Renfe Viajeros, Renfe Mercancías, Renfe Ingeniería y Mantenimiento) seja obrigado a cumprir as disposições legais e os direitos dos trabalhadores afetados".
elmundo
%3Aformat(jpg)%3Aquality(99)%3Awatermark(f.elconfidencial.com%2Ffile%2Fbae%2Feea%2Ffde%2Fbaeeeafde1b3229287b0c008f7602058.png%2C0%2C275%2C1)%2Ff.elconfidencial.com%2Foriginal%2Fc01%2Fb2d%2F61a%2Fc01b2d61ad7e3470f0b01acb9e1deefd.jpg&w=1280&q=100)


